segunda-feira, 31 de maio de 2010

Dulcinéia era dona de uma voz rouca, usava poucas palavras e falava sempre com o timbre baixo, como se tivesse vergonha.
(...)
Agia desviando a fala, curvando o olhar e disfarçando a existência. Tinha a humildade dos que acham que agridem pelo simples olhar altivo. Jamais imaginou que sua história de vida pudesse render um livro. Nunca achou que sua história pudesse render coisa alguma, na verdade. Sentia-se apenas uma migrante de letra pouco e dinheiro nenhum. Era uma mulher ensimesmada, que andava sempre coberta e com recato, mas tinha a nudez estampada nos olhos, que tudo viam e tudo revelavam.

ARAÚJO. Maria Eduarda. MARIAS, História de Mães de Hospital. p.97
Este fragmento foi extraído do trabalho de conclusão de Maria Eduarda . Uma Maria falando de outras tantas com a sensibilidade que só as Marias devem ter. Só poderia resultar num livro. Cheio de dor e de amor, do melhor amor que existe, o amor de mãe. O amor que faz várias mães abdicarem de suas vidas para cuidar da vida de um filho que esta por um fio.

Hoje Eduarda é uma jornalista de 6 meses... Uma jornalista que tem tudo para comunicar de forma gostosa de sentir.

segunda-feira, 17 de maio de 2010

acalma

meu infinitoParticular
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depois de passar horas surtando com
a teoria do desenvolvimento de Celso Furtado
esfrio a cabeça e relaxo o coração com Marisa Monte




QUANDO A NET DISCADA SAIR
DA MINHA VIDA COLOCO O VIDEO

sábado, 15 de maio de 2010

abolição da escravatura

13 de maio. Assinaram o papel e jogaram a negrada na rua.
Mas para viver de quê? De luz? O Brasil não oferecia educação, alimentação, moradia. Talvez eles tivessem um trabalho miserável.
Pelo menos Isabel foi homenageada com seu nome santificado na fachada do teatro mais importante de Pernambuco - Teatro de Santa Isabel .
Teatro que ganhou de presente um site ( meio tarde, visto que até a quitanda de seu Zé tem um) pelos seus 160 anos .
Assim como a Abolição,
poste bagunçado e atrasado

domingo, 9 de maio de 2010

sábado, 1 de maio de 2010

5 dias no Maranhão

São Luis não é só janelas. O Maranhão não é só São Luis.
A ilha é bela mas, para ser bem sincera, esperava mais.
+ zelo + segurança + luz, afinal a cidade é minha também.
Minha como tudo que há de mais belo e mais pobre que se possa ver nesse país.

E vi.

Vi cidades lindas, apesar da pobreza. Vi que dos subúrbios que saem os melhores ritmos.
Vi as cores do tambor de crioula que torna você mais vivo.
Mais vivo. Mais leve.
E levada pelo reggae vi que leveza e vivacidade são os adjetivos que se encaixam ao que vi (que foi pouco) de cultural no Maranhão. A cultura que parece não ser valorizada pelo Governo. O Governo que di -vi- de o povo entre os que detestam e os que toleram o sobrenome Sarney.
O ruim com ele e pior sem ele é que legitima a família no comando do Estado. É uma pena.

Pena também foi não poder mostrar a todos que carrego no peito como o município de Alcântara é aconchegante. Um aconchego que faz você querer ficar. Senti mais vontade de ficar lá do que em Barreirinhas, uma das famosas cidades forradas pelos lençóis maranhenses. Pelos imensos lençóis responsáveis por cobrir a pobreza daquele lugar.