Dulcinéia era dona de uma voz rouca, usava poucas palavras e falava sempre com o timbre baixo, como se tivesse vergonha.
(...)
Agia desviando a fala, curvando o olhar e disfarçando a existência. Tinha a humildade dos que acham que agridem pelo simples olhar altivo. Jamais imaginou que sua história de vida pudesse render um livro. Nunca achou que sua história pudesse render coisa alguma, na verdade. Sentia-se apenas uma migrante de letra pouco e dinheiro nenhum. Era uma mulher ensimesmada, que andava sempre coberta e com recato, mas tinha a nudez estampada nos olhos, que tudo viam e tudo revelavam.
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Agia desviando a fala, curvando o olhar e disfarçando a existência. Tinha a humildade dos que acham que agridem pelo simples olhar altivo. Jamais imaginou que sua história de vida pudesse render um livro. Nunca achou que sua história pudesse render coisa alguma, na verdade. Sentia-se apenas uma migrante de letra pouco e dinheiro nenhum. Era uma mulher ensimesmada, que andava sempre coberta e com recato, mas tinha a nudez estampada nos olhos, que tudo viam e tudo revelavam.
ARAÚJO. Maria Eduarda. MARIAS, História de Mães de Hospital. p.97
Este fragmento foi extraído do trabalho de conclusão de Maria Eduarda . Uma Maria falando de outras tantas com a sensibilidade que só as Marias devem ter. Só poderia resultar num livro. Cheio de dor e de amor, do melhor amor que existe, o amor de mãe. O amor que faz várias mães abdicarem de suas vidas para cuidar da vida de um filho que esta por um fio.
Hoje Eduarda é uma jornalista de 6 meses... Uma jornalista que tem tudo para comunicar de forma gostosa de sentir.